sábado, 17 de dezembro de 2011

Mercado, competição e soul surf. Lugar para todos na água.

Mestre Dale Velzy, em algum lugar na história

Há algum tempo venho acompanhando algumas discussões online sobre o que é mais interessante, se o free surf ou o surf de competição. Questiona-se sobre a beleza, sobre a autenticidade e há ainda quem condene o, digamos surf comercial, que tem sua melhor representação nas estruturas dos atuais mega-campeonatos de surf.
As coisas me parecem tão claras quanto simples. Surf de competição, mercado de surf e o chamado "soul surf" devem andar juntos, envolvendo quem se identifica com cada um deles, com a premissa que para participar do surf de competição deve-ser ter talento para isso. Não vejo um como antagônico do outro. Particularmente não gosto do surf de competição por que não gosto de competição de uma forma geral. Acho chato, cansativo e não tenho paciência para acompanhar nem como espectador (uma vez que talento para competir não tenho nenhum). Quanto ao mercado de surf, não viveríamos sem ele. Nosso esporte predileto não teria evoluído sem ele e não teríamos as opções que temos em equipamentos sem ele. Talvez faça diferença a forma como alguns empresários abraçam esse mercado. Quem tem um comportamento estritamente vil, com o objetivo de tirar tudo que puder dele (do mercado) sem nada oferecer em troca realmente não está afinado com o espírito desse esporte que nasceu tão nobre. Mas isso acontece em todos os segmentos, não é uma exclusividade do surf.
Acredito que ambos possam coexistir harmoniosamente, as palavras-chave para isso são respeito e tolerância. Quero continuar praticando meu surf desinteressado, livre do compromisso com resultados, mas quero igualmente me beneficiar das oportunidades mercantis que o esporte proporciona, assim como espero que o mesmo sucesso aconteça para atletas competidores e empresários do surf. Boas ondas para todos!

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